Os sistemas representacionais são os registros que guardamos na memória através dos estímulos externos que podem ser sons, imagens e sensações. Em linha gerais, nós usamos os nossos sentidos (visão audição, tato, olfato e paladar) para perceber os estímulos externos só que a forma como armazenamos e assimilamos esses estímulos está relacionada com o nosso sistema representacional.

Cada indivíduo possui algumas particularidades e preferências. Enquanto algumas pessoas têm mais facilidade em registrar o que acontece ao redor através de imagens, outras vão lembrar dos sons e das palavras que ouviram e ainda tem um terceiro grupo que vai acessar com mais facilidade as sensações que tiveram como aromas, sabores, toques…Cada pessoa percebe e se posiciona de uma maneira diferente, de acordo com o seu próprio sistema representacional.

Sistemas representacionais: visual, auditivo e cinestésico

Se colocarmos um grupo de pessoas para assistir a um show e depois conversarmos com elas sobre essa mesma experiência, cada uma vai contar como foi esse show a partir dos próprios filtros. Quem for visual, certamente vai ter registrado as luzes, as cores e as roupas das pessoas.

Em contrapartida, quem tem o sistema auditivo predominante, a qualidade do som é algo que vai ficar marcado na lembrança dessa pessoa. Se o áudio era limpo e sem interferências, por exemplo, é um fator determinante para que essa experiência tenha sido positiva.

Já os cinestésicos prestaram mais atenção às sensações e aos sentimentos que aquele ambiente proporcionou.

A importância de identificar o sistema representacional das pessoas que você convive

O que comunicamos não é assimilado da mesma forma por todas as pessoas que convivemos. Por isso, esse exercício de observar as características de cada um pode melhorar a maneira como você se comunica de uma forma estrondosa.
Quando conhecemos o sistema dominante das pessoas com quem nos relacionamos, entendemos como elas experimentam as situações. E se a gente utilizar as mesmas fontes sensoriais dessas pessoas, acabamos gerando uma conexão maior, o que evita conflitos e facilita o entendimento.

Visual

Por exemplo, se seu chefe é uma pessoa visual, ele tende a perceber detalhes com mais facilidade, mas, em contrapartida, para ele é mais desafiador lembrar de instruções verbais. Então, se você está numa situação que é necessário argumentar, como numa reunião por exemplo, recursos visuais como gráficos e tabelas funcionam melhor pra ele assimile de fato o que você tem a dizer.

Auditivo

Se você identifica que seu filho tem um processo de aprendizagem que depende de informações mais detalhadas, que ele é mais sensível aos ruídos e que tem uma facilidade maior para se expressar verbalmente, possivelmente o sistema representacional dominante é o auditivo. Logo, para ele, é importante a conversa, a explicação, o passo a passo. Frases como “Gostaria de ouvir o que você tem a me dizer sobre isso”, funciona melhor na hora de se comunicar com essa criança.

Cinestésico

Agora se você tem um relacionamento afetivo com uma pessoa cinestésica , é importante saber que ela tende a ser mais intuitiva, distraída e muitas vezes precisa de um tempo maior para assimilar alguns fatos e entender como ela se sentiu em relação a isso. Já que ela se rende com mais facilidade às sensações do que aos argumentos.

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Quando uma pessoa auditiva se relaciona com alguém que é cinestésico, é pouco produtivo querer resolver uma discussão rapidamente, com uma longa conversa cheia de argumentos logo de cara.

Possivelmente, o cinestésico vai precisar de um tempo maior para entender e assimilar o que está sentindo para depois conversar sobre isso. E nessa hora, perguntas como “como você se sente em relação a isso” ou “gostaria de entender porque isso está desconfortável para você” são mais efetivas.

Uma comunicação satisfatória depende de estímulos efetivos. E nesse sentido é importante entender que, na hora de se comunicar, não existe realidade, existe percepção.

Conhecendo o sistema representacional do outro – ou seja como ele percebe e traduz os estímulos externos -, permite melhorar suas relações já que cria uma facilidade maior para entrar em sintonia com o outro.