No artigo de hoje, vamos aproveitar o hype da Black Friday para uma reflexão sobre este evento que nasceu nos Estados Unidos e parece ter cativado a indústria e o comércio no Brasil. Afinal, por aqui, a Black Friday rendeu um faturamento de R$ 2,1 bilhões para o e-commerce em 2017.

E você, o que pretende comprar? Uma televisão? Um sofá? Um celular talvez?

Todas essas vontades tem razão de ser. Afinal, vivemos bombardeados por todos os lados! Estamos na era dos estímulos e as redes sociais estão aí para nos deixar a par de todos os “lançamentos imperdíveis” em apenas um clique de distância.

Mas, por que não devemos confundir qualidade de vida com nível de consumo?

Essa semana uma rede de lanchonete americana anunciou a venda de seis hambúrgueres por apenas R$15,00 na Black Friday. Sim, você leu certo: SEIS HAMBÚRGUERES! Aí, com catalisadores desse tipo, nosso sistema dopaminérgico começa a simplesmente ignorar os pequenos prazeres. E fica o questionamento: que graça teria uma refeição saudável se existe essa opção hipercalórica com esse preço “imperdível”?

É saudável (ou viável) comer seis hambúrgueres? Certamente não é. É produtivo ficar ansioso esperando o último lançamento de um novo aparelho de celular? Também não.

É bastante óbvio que ter um telefone celular é algo quase que imprescindível hoje e isso não faz ninguém um consumista. Mas, sentir a necessidade de sempre ter o último modelo do aparelho do momento pode indicar um desequilíbrio emocional. É importante deixar claro: o consumo é necessário para todos nós. Mas, no viés do exagero, ele se transforma em uma patologia fomentada por dois fatores principais: a mídia e questões internas que precisam ser resolvidas.

Afinal, qualidade de vida tem a ver com bem-estar físico e emocional e de nada adianta consumir tudo o que se deseja, mas ter como custo problemas de saúde, ansiedade, estresse e insônia.

Black Friday x Compulsão por compras

Todos os agentes que geram compulsão (compras, álcool, açúcar…) têm o poder de diminuir pequenos prazeres cotidianos. Assim, os dias parecem que ficam cada vez mais sufocantes. O que acaba alimentando mais ainda a compulsão, que na realidade funciona como uma fuga.

Em linhas gerais, as compulsões surgem para suprir um vazio emocional. A compulsão por compras, também conhecida como oniomania, é um transtorno que gera um desejo intenso e irrefreável de obter algo. E, mesmo em uma sociedade que é muito direcionada para o consumo, é preciso estar atento para os gatilhos relacionados com a necessidade de comprar e acumular coisas.

Além disso, é importante entender como suas emoções interferem neste processo. E é aí que a Inteligência Emocional funciona como uma grande aliada! O objetivo da compra vem de uma necessidade prática ou de um desejo de camuflar ou aplacar uma frustração?

Objetos ou experiências: no que você investe?

Nos acostumamos ao conceito, muitas vezes equivocado, de que precisamos acumular coisas. Mas, rapidamente nos cansamos e partimos para o desejo seguinte. Dentro da receita típica da construção social, geralmente encontramos: “tenha uma casa, um carro, um celular ultramoderno, uma fritadeira elétrica, um investimento no tesouro direto…” E tudo bem ter tudo isso! Mas é preciso prestar atenção durante essa “corrida”, para não se afastar das pequenas coisas (que na realidade não são coisas) que compõe o nosso princípio vital – também conhecido como essência.

Já parou pra pensar no que sobra se tirar todas essas “bugigangas” que costumamos colecionar?

Objetos não fazem parte de você, experiências sim!

Tudo bem gostar muito do seu Iphone, sua TV ou carro que está na sua garagem. Mas, mesmo os utilizando com frequência, tudo isso permanece separado de você. Em contrapartida, suas experiências fazem parte de você.

Você é soma de tudo que já viveu: aquele show épico que você esteve na presença de amigos, um intercâmbio que tenha feito para aprender outro idioma, um curso onde conheceu alguém especial ou uma simples viagem de um fim de semana para praia que rendeu várias histórias engraçadas.

A proposta deste artigo é provocar uma reflexão não sobre hábitos financeiros ou padrão de consumo. Mas sim, em quais locais você deposita sua energia. Afinal, o dinheiro que você tem é fruto da energia que você gasta diariamente em suas atividades profissionais. Ele representa o seu tempo. E, acredite: seu tempo é o seu maior ativo! Como você anda gastando esse importante recurso?

Caso você deseje investir em uma experiência que irá agregar em várias esferas da sua vida: conheça a Formação em Inteligência Emocional Sistêmica! Você, certamente, não sairá o mesmo desta experiência.