A rotina de boa parte das pessoas sofreu uma drástica modificação nos últimos tempos por conta da pandemia. Trabalhar e estudar em casa, além de ter mais tempo por não precisar se deslocar, trazem consequências na forma como as pessoas lidam com também com a comida.

Uma pesquisa realizada em abril pela startup de tecnologia Behup – com 1.561 participantes de todas as classes sociais em todas as regiões do país – , apontou que quase metade (49,8%) está comendo mais e 42,5% está se exercitando menos.

Essa mesma pesquisa também identificou que 54% dos participantes disseram estar mais estressados, 60% mais ansiosos e 59,7% mais entediados. O que nos dá uma pista de que a forma como nos sentimos impacta na maneira como nos alimentamos.

Com todos esses novos hábitos, a comida ganhou um papel fundamental na organização diária e, muitas vezes, isso faz com que a relação com a alimentação se modifique.

Diferente da fome física, que se manifesta de várias maneiras como desconforto no estômago, dor de cabeça e falta de concentração, a fome emocional não tem relação com as nossas necessidades fisiológicas e sim com os nossos sentimentos e frustrações.

Mas, como diferenciar a fome emocional da fome fisiológica?

O primeiro passo é prestar atenção em como as suas emoções andam agindo dentro da sua rotina alimentar. É preciso entender que tédio não é fome. Raiva não é fome.

A fome emocional é quando a comida se transforma em uma válvula de escape, uma espécie de alívio instantâneo para camuflar uma ou várias emoções.

Quando não temos consciência de como essas emoções agem e quais as reações e padrões que elas geram, nosso corpo cria formas inconscientes de extravasar e comer de forma compulsiva pode ser uma delas.

Além disso, a privação ou a diminuição da vida social (ocasionada por conta da pandemia) também corrobora para que as pessoas acabem comendo mais do que de fato necessitam.

É importante prestar atenção no ciclo das emoções: algumas pessoas podem descontar o tédio e a frustração em uma refeição super calórica e, em seguida, sentir culpa e a sensação de ter falhado se instala. O que acaba gerando ainda mais ansiedade e desconforto, e leva a pessoa a comer ainda mais.

A comida não tem que ser vista como uma inimiga, mas também não deve assumir o papel de companheira. A comida é, simplesmente, comida.

Mindful Eating: comer com atenção plena

É fundamental estabelecer uma relação positiva com os alimentos. Nesse sentido o Mindful Eating – comer com atenção plena-, pode funcionar para estabelecer uma nova forma de encarar a alimentação.

Exemplo: quando você sentir vontade de comer um determinado alimento, faça isso sem culpa e de forma atenta e consciente. Abra a embalagem, sinta o aroma para estimular as papilas gustativas e na, hora de comer, mastigue devagar e com atenção plena.

Esse pequeno exercício ajuda a evitar possíveis descontroles, permite saciar sua vontade sem excessos e, com o tempo, ajuda a melhorar sua relação com os alimentos que você mais gosta – sem precisar eliminá-los ou consumi-los em excesso.

Se você deseja ter hábitos mais saudáveis – tanto para saúde física, quanto para a saúde emocional -, conheça o Método MD, um treinamento que te ajudará a identificar e eliminar padrões de comportamento que impactam negativamente suas decisões e, como consequência, a sua vida.