Com toda certeza, pelo menos uma vez na sua existência, você acordou e pensou: o que que eu estou fazendo aqui? Qual é o meu propósito? O que me move e me faz levantar da cama todos os dias? São esses os questionamentos provocados pelo filme Soul.

A animação da Pixar, que foi lançada pela Disney em janeiro deste ano, é de uma sensibilidade que fica quase impossível não se flagrar pensando nas próprias escolhas ao acompanhar a trajetória de Joe – um pianista e professor de música que é apaixonado por jazz e que também carrega uma certa frustração profissional.

Com o sonho de se tornar um grande nome da música, quando o personagem se vê bem perto de conquistar seu maior objetivo, acaba sofrendo um acidente e entra em uma espécie de coma. Com isso, sua alma vai para uma outra dimensão.

A partir desse ponto, o objetivo principal de Joe é voltar para o seu corpo e poder realizar o sonho que estava quase sendo concretizado. Mas, para que ele possa conseguir isso, precisa encarar uma jornada de autoconhecimento que acaba gerando diversas reflexões e insights valiosos.

3 insights provocados pelo filme Soul

Dê valor para as sutilezas cotidianas

O primeiro importante insight do filme é sobre a beleza que existe nas pequenas sutilezas do dia a dia. Para achar um meio de voltar para o seu corpo, Joe precisa trabalhar como espécie de tutor e fica responsável por ajudar a personagem 22 a encontrar a sua missão na Terra.

Acontece que ela é uma alma muito teimosa e não quer viver de jeito nenhum, não quer passar para a próxima fase e ninguém consegue a convencer do contrário.

O papel de Joe é transformar essa visão pessimista que a 22 tem da vida. Para isso, ele transforma suas próprias memórias e lembranças em argumentos para convencê-la.

E é justamente aí que ele acaba valorizando sua própria trajetória como nunca tinha feito antes. Coisas que antes passavam despercebidas, passam a ter outro contorno para ele e isso representa uma virada de chave.

Quantas vocês nós estamos tão imersos nos dilemas cotidianos que não conseguimos prestar atenção ao entorno e perceber as pequenas coisas que vão compondo e dando cor para a nossa rotina?

O maior propósito de vida é viver

O que nós fazemos, o nosso trabalho, nossas características e habilidades funcionam como ferramentas para que a gente experimente as alegrias e os aprendizados cotidianos.

A felicidade não está em grandes feitos, na próxima conquista, naquela promoção ou na próxima casa a ser comprada. Na verdade, ela está no dia a dia.

Seu objetivo não é ir visitar a Disney pura e simplesmente. Seu objetivo é ver o sorriso de encantamento de seu filho com aquele momento. Assim como não se trata de assinar o contrato da casa nova. No fundo, o que traz a verdadeira satisfação é criar um espaço para compartilhar momentos e memórias com as pessoas que você ama.

O que nos movimenta de fato não é o que temos – como um carro ou um cargo – e sim tudo aquilo que nos provoca alegria, que nos dá sentido, que nos traz a sensação de pertencimento. E na grande maioria das vezes essa alegria está nas miudezas. Pode reparar!

Leia também:

Senso de pertencimento: por que ele é tão importante?

Escolha x destino

Nós nos dividimos sempre entre a função de protagonistas e também roteiristas da nossa própria vida, da nossa trajetória. Mais do que seguir um plano determinado – que as pessoas costumam chamar de destino – são as nossas escolhas que são as principais responsáveis pela maneira como os nossos caminhos vão se desdobrar.

Até diante das imprevisibilidades e casualidades, ainda sim, é pela forma como reagimos a tudo que nos acontece que determinamos realmente como será a próxima etapa da nossa vida.

Ninguém tem sorte no amor, um relacionamento positivo é composto por pequenas escolhas cotidianas. Ninguém se torna bem-sucedido por acidente. O sucesso também é uma escolha diária.

E todos nós, sem exceção, somos o resultado de todas as escolhas que fazemos durante a vida!