O ciúmes possessivo é uma mistura de emoções e pensamentos que pode envolver sentimentos como ansiedade, raiva, tristeza, medo e culpa.

Você sabe como é isso?

É claro que existem diferentes níveis desse sentimento.

Mas, é importante deixar claro que o ciúmes não é, em hipótese alguma, uma manifestação de afeto – mesmo que isso ainda seja de certa forma romantizado na sociedade.

Na realidade, o ciúmes possessivo pode ser muito perigoso. A prova disso são os índices alarmantes de violência contra mulher no Brasil.

E, justamente por isso, precisamos falar sobre ciúmes – ele precisa ser encarado, entendido e elaborado, para que isso não tome proporções maiores.

 

Inteligência Emocional para combater o ciúmes possessivo

Ampliar a consciência emocional, gera o entendimento de que não podemos ignorar essa sensação e muito menos alimentar ainda mais esse “monstrinho” como mais inseguranças…

Provavelmente, qualquer ser humano já sentiu ou ainda irá sentir ciúmes em alguma situação específica e pontual. Assim como a tristeza, o medo ou a raiva, o ciúmes é algo que faz parte da nossa estrutura emocional.

Mas, quando passa a ser constante e intenso, torna-se extremamente tóxico e desgasta de maneira considerável a rotina do casal.

O ciúmes possessivo, quando se instala como um padrão de comportamento, significa que ele foi – e continua sendo- moldado durante a vida a partir de crenças e de experiências passadas.

Muitas vezes, existe uma falsa ideia de que controlar o parceiro fará com que a pessoa permaneça com você e isso tem uma relação direta com a insegurança e baixa autoestima e, como qualquer outro padrão, costuma ser algo progressivo.

E como lidar com este sentimento quando ele parece que toma conta dos seus pensamentos – e do seu relacionamento como consequência?

A primeira coisa é entender que sentir ciúmes não torna ninguém fiel a você e para lidar com ele de uma forma mais serena, é importante revisitar certas experiências passadas e entender a origem desse padrão, dessa insegurança.

Como lidar com o ciúmes possessivo na prática?

Racionalize seus medos

Procure racionalizar seus medos e ponderar: até que ponto eles têm fundamento? Até que ponto eu estou projetando experiências passadas no que eu estou vivendo hoje?

Para impedir que o ciúmes domine você, é preciso entender como funciona o ciclo das suas emoções e buscar a origem dessa insegurança. Que provavelmente não nasceu nessa relação atual e também não irá desaparecer magicamente ao se envolver com outra pessoa.

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É uma tendência que tem uma origem mais antiga. Não é sobre o seus parceiros ou parceiras, é sobre você. Sobre a forma como você se olha, se acolhe, se ama e se respeita.

Fala sobre como você se sente

Outro ponto extremamente importante é a forma como esse ciúmes é comunicado, é exposto para o outro. Porque ele existe, tendo ou não fundamento…É uma coisa que você sente. Logo, ele é real.

Então, isso precisa ser comunicado – só que, geralmente, isso é feito em um tom de julgamento, transferindo toda responsabilidade para o outro. Quando, na verdade, esse ciúmes deveria ser verbalizado na primeira pessoa do singular, não com o objetivo de culpar o outro e sim falar sobre essa sensação que você não está sabendo lidar.

Tem uma diferença gritante entre dizer “Eu ando me sentindo inseguro por x, y e z” e dizer “Você está me deixando com ciúmes por x,y e z…”

Percebe a diferença?

Investir em diálogo é algo que torna qualquer relacionamento mais funcional. Quando alguma situação desconfortável surgir, fale sobre ela. Além de ser a melhor forma para encontrar soluções ( e não culpados), isso evita aqueles típicos joguinhos emocionais que são extremamente corrosivos para o relacionamento.

Além disso, é uma maneira de conseguir organizar melhor as ideias e sentimentos. Deixar de falar sobre o que incomoda, acumula emoções tóxicas e gera cada vez mais ruídos na relação do casal.

Revise seus conceitos sobre confiança

Outro ponto muito importante para quem sofre com ciúmes é repensar conceitos sobre confiança.

Confiar pode ser algo desafiador para muita gente. Seja por questões da própria personalidade ou por situações passadas que despertaram essa dificuldade. Mas, é preciso fazer um esforço consciente e entender que o outro não tem responsabilidade sobre essa dificuldade que é sua. Essencialmente sua.

Quando duas pessoas resolvem ficar juntas, é algo que ocorre por uma vontade espontânea. Hoje em dia, não temos mais aquela imposição social ou religiosa que “insistia” que um relacionamento precisa continuar a todo custo, a vida inteira.

Hoje, as pessoas podem seguir juntas por um determinado tempo e depois podem decidir trilhar caminhos diferentes. Se você escolheu dividir a vida com alguém, é fundamental que exista confiança. Então, comece confiando em você primeiro.

Desenvolva seu amor-próprio

Com amor-próprio! Olhe mais carinhosamente para suas qualidades e pontos fortes. Cuidar de você também significa cuidar da sua individualidade, do seu espaço. Tenha momentos só seus, e invista em coisas que te fazem bem. Com equilíbrio emocional, é perfeitamente possível se relacionar sem esquecer de si mesmo. E também cuidar dos próprios sonhos e projetos, sem esquecer do outro.

No fim, é sempre uma via de mão dupla.

Se amar não significa se fechar pro amor do outro. Amor próprio é se amar e também permitir ser amado de volta.